Transformar 2014: Saiba como foi o evento.

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O evento Transformar, em sua 2ª edição, já se mostra uma referência importante para o mundo educacional brasileiro. Realizada pela Fundação Lemann juntamente com o Porvir, o Inspirare e o Instituto Península e contando com o apoio da Rede Globo, reuniu seleta platéia de educadores, empreendedores, investidores e dirigentes públicos para apresentar projetos, ações e realizações na área de educação e novas tecnologias.

Para tanto, o evento ocorrido em 28/04/14, no WTC, em São Paulo, reuniu expoentes nacionais e estrangeiros que a partir de suas iniciativas, estão a orientar caminhos para a educação no Brasil e no mundo. O foco, como todo mundo já sabe, não é apenas o uso da tecnologia na sala de aula e, sim, a melhoria da qualidade da educação aqui e alhures a partir da introdução de recursos e da preparação de toda a clientela atendida (alunos, professores, gestores, familiares) para o melhor uso de apps, softwares, plataformas, hardware…

A organização do evento foi impecável, como já havia sido na primeira edição. O novo endereço do Transformar, no WTC (bairro do Brooklin Novo, próximo a ponte Roberto Marinho), é moderno e as instalações de qualidade, somente o trânsito para a região é que ficou um pouco mais difícil (em especial pelas marginais Tietê e Pinheiros), mas esta não é uma questão exclusiva desta ou de qualquer localidade da capital paulista e demanda revisão de políticas públicas na área de transporte para que em breve o imobilismo (que já custa milhões de dólares para a economia paulista e brasileira) não prejudique ainda mais a todos.

O evento começou, pontualmente, as 9 horas da manhã e se prolongou até as 11 horas com a apresentação de diferentes iniciativas por parte de empreendedores e educadores do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. Tivemos os seguintes palestrantes:

1- Michael Horn, co-fundador e diretor executivo do Clayton Christensen Institute, sediado na Califórnia, falando sobre Aprendizagem Híbrida.

2- Luís Junqueira, apresentando a iniciativa Primeiro Livro, desenvolvida em escola brasileira, que incentiva os alunos a ler, escrever e produzir via internet seu primeiro livro.

3- Zach Sims, co-fundador da Codecademy, plataforma online gratuita que ensina linguagem de programação de uma forma simples, intuitiva e dentro do ritmo de cada usuário e já atingiu mais de 24 milhões de pessoas no mundo todo (1 milhão de usuários no Brasil) através de diferentes plataformas (PCs, tablets e smartphones). Este projeto está sendo traduzido para o português em parceria com a Fundação Lemann.

4- David Nicoll, da Studio Schools Trust, rede de escolas privadas na Inglaterra que educa a partir da prática, integrando os alunos (de 14 a 19 anos) a partir de projetos ao mercado de trabalho, usando coaching como forma de acompanhamento e buscando desenvolver habilidades para a empregabilidade. [Me fez lembrar dos conceitos do grande educador americano John Dewey e também das Corporações de Ofício, atualizadas para o contexto do século XXI, ou seja, com a aprendizagem voltada para as necessidades da vida real, mapeada para qualificações requisitadas pelo mercado de trabalho, enfatizando o aprender pelo fazer].

5- Alison Elizondo, professora do 4º ano na escola Burnett Elementary, na Califórnia, que veio apresentar suas iniciativas com alunos de 8 anos de idade trabalhando no modelo Blended Learning, contando com o apoio dos alunos (Peer Coaching), com uso planejado e intensivo da Khan Academy e do Station Rotation Model. [A ênfase dada pela professora quanto ao uso da Khan Academy me fez lembrar de Marshall McLuhan e da Aldeia Global ou do conceito de Sociedade em Rede].

No período da tarde, após o debate final da manhã e do almoço, ocasionou a divisão dos participantes em grupos, tendo como focos de discussão os temas a seguir:

Sala 1 – Como fortalecer negócios de impacto na educação (Com Tony Wan, da EdSurge e Peter Vesterbacka, do Angry Birds).

Sala 2 – Como desenvolver políticas públicas inovadoras em educação (Com Michael Horn, do Clayton Christensen Institute e Rod Allen, Superintendente de Educação em Bristish Columbia, no Canadá).

Sala 3 – Como promover novos modelos de ensino superior (com Ben Nelson, do projeto Minerva e Ryon Braga, da Faculdade UniAmérica).

E também o Espaço de Experimentação, patrocinado pelo Google, no qual estive presente, em que diferentes recursos foram apresentados e experimentados pelos inscritos. Empresas e startups como Manga High, Scratch, Xmile, Codecademy, Geekie, Tamboro, Angry Birds e o próprio Google, com o Google Apps e o YouTube Edu, permitiram aos participantes que acessassem seus produtos e deram orientações de uso para que conhecessem as aplicações. Na sala ao lado eram apresentadas mini-palestras explicativas dos recursos para quem quisesse conhecer um pouco mais. Destaco como mais marcantes para mim o Manga High, o Google Apps for Education e o Scratch (O YouTube Edu é projeto no qual  participo e que já destaquei em outros momentos e que, certamente merece ser conhecido por todos; as demais aplicações são igualmente interessantes e merecem ser conhecidas por todos).

No final do evento, logo após um saboroso café protocolar a intermediar a agenda entre as apresentações nas salas e no espaço de experimentação em relação ao evento final, fomos brindados com a apresentação do professor Mitchell Resnik, do MIT Media Lab, apresentando o Scratch, produzido por ele e equipe, destacando a aprendizagem das linguagens de programação desde a mais tenra idade (Aprender a programar, programar para aprender era o título de sua apresentação). Foi o ponto alto do evento em se considerando o carisma, o conhecimento, a simplicidade e a organização do professor Resnik em sua apresentação, mostrando a partir de exemplos concretos como a programação pode ser ensinada para alunos desde o Ensino Fundamental 1 (com o projeto do Scratch Junior eles pretendem também que crianças na Educação Infantil comecem a “programar”).

Em suma, foi mais um ótimo evento.

 

Por João Luís de Almeida Machado

 

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